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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Saí do armário, entrei em Viçosa!

Um belo dia, você acorda e resolve soltar a Lady Gaga que existe no seu coração. “Dá mais pinta, bunita!” é o seu novo lema. Pega aquele DVD pirata da Madonna, e se encaminha até a sala, onde vai colocar o som nas alturas e soltar a franga escutando Express Yourself.
No curto caminho do seu quarto até lá, quem você encontra? Você sabe: a sua mãezinha, com os cabelos desgrenhados arrumando a sala.
E como ela te cumprimenta? Você sabe: “cadê o garanhão pegador da mamãe?!”

#quedelícianégente?
Ela é linda, mas acabou de frustrar todos os seus planos.

Eis que num belo, belíssimo e colorido dia, você vem parar em Viciosa Viçosa! A libertação! Se joga, pintosa, e sai fazendo arraso por onde puder. Tudo, claro, com a mamãe achando que você está na missa.

Ok, bee. Essa história não é só sua.

Se jogaaa!



Semana passada, um dos comentários deixados aqui no Descubra-se! pareceu adivinhar o tema do nosso primeiro post: como vivem as pessoas que são assumidas em Viçosa, e não são para a família?

O estudante Hugo Lacerda, 19 anos, é um destes. “Minha família é conservadora, bastante religiosa, e principalmente o meu pai iria achar errado”, afirma. Ele conta ainda que costuma sentir aquela “repressão” que os pais sempre fazem, perguntando sobre as namoradas e a vida relacionamental por aqui.

E. Almeida, 20 anos, também estudante, encara o mesmo desafio, apesar de achar que aos pouquinhos está progredindo e conquistando o coração da mamãe para se abrir total. “Minha família e alguns amigos ainda não sabem por que ainda não precisam saber, está bem assim”, conta. Para ele, depois do dia em que contar tudinho tudinho para a família, não terá mais nenhuma das restrições que ainda tem ao falar da sua sexualidade, como com o pessoal da república, por exemplo. “Moro com heteros, e acho que eles desconfiam, até porque nunca apareci com namorada. Mas lá em casa nunca se tocou no assunto”, diz.

Se joga na balada e arrasa, bee!

O maior espaço de saída do armário dessa galera ainda são as festas gays que rolam por aqui. Como esses “assumidos” ainda precisam de algum limite, encontram nelas a possibilidade de se mostrar e se relacionar com as pessoas, além de alguma segurança, por mais incrivel que pareça. Alguém aí já conheceu um gay que saísse na rua gritando: “olha ali, o viado, tava uma pegando todos os bofes no bate-cabelo!”? Seria tenso, né?

Quem mais fica sabendo geralmente são os amigos próximos, mas isso não significa que as pessoas não estejam dispostas a falar. Hugo, por exemplo, diz que não tem problema de contar da sua sexualidade. “Se me perguntam, eu digo. Não tenho vergonha, tenho orgulho de ser gay” (arrasô!). Para E., se alguma coisa ainda limita a saída total de seu armário, é o risco de que a família acabe sabendo, por outras pessoas. “Tenho vários primos que moram aqui, aí tenho que ter um pouco de cuidado, mas ainda assim vivo andando com gays e lésbicas, meus amigos, e já fui em algumas festas também”.

No fim das contas, apesar dos armários, ainda há quem diga que mãe sempre sabe. Sendo como for, muita gente nesta bafônica Viçosa ainda segue com o desafio de sair do armário e dar pinta em casa. Pra muitos o limite entre ser totalmente assumido ou não está exatamente aí, na família.

"E então, Brasil! Será que a minha mamãe sabia? Alokam"

A gente não pode fazer a “phina” e negar que é um desafio grande. Ir com calma e muita segurança do que se quer é fundamental. #fikdik
Mas e você? Já contou em casa? Como foi a experiência? Quem não contou pretende contar? Quando? Por quê?

Estamos excitadíssimos (ui.) esperando seus comentários.
A gente quer Descobrir você também, bee.

#sijoga!

6 comentários:

  1. haha
    Sobre: Armário, Família, Viçosa.

    Três coisas que combinam até certo ponto.

    Mas honestamente? Até as festas gays de viciosa dão um certo medo. Eu saí daí sem ir numa. Sempre via mais das repúblicas gays bombantes... Amigos meus que iam pre repúblicas gays pra terem o sossego do namoro (e a internet é o espaço de pegação mesmo), mas que em casa são os garanhões da mamãe.

    Cada um com seu ritmo. Eu contei pq não aguentava mais fazer as coisas escondido, pq tomei um pé na bunda há exatamente um ano. É... há exatamente um ano eu não cheiro mais a mofo! =p (espirrei de lembrar!)

    Em um ano muita coisa mudou e em Juiz de Fora eu namoro há algum tempo... Mas quando aproveitei Viçosa, foi tudo escondido. Era uma curtição em meio a bolinhas de naftalina. Não foi ruim, mas hj é melhor!

    Sorte aos que ainda estão em Viçosa. (comentei pra ver se encoraja alguém a contar alguma coisa aqui e eu nao me sinto tão "diferente" com um namorado pelas ruas de Viciosa! =p

    PS.: Sorte ao pessoal do Blog

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  2. já tentei postar
    desisti pq deu erro.

    então. meus pais não sabem de mim. saí de Nárnia já tem um bom tempo em viçosa rsrsrrs mas vou confessar: as vezes dá uma sawdade do armário...

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  3. oii

    Eu sou quase isso! Sou assumido comigo msm e no meio LGBT MAS nao sou assumido com minha familia nem com as pessoas mais proximas. As vezes me perguntam se sou gay e respondo q nao (at~e pq nao estou mentindo, sou bi) pq acredito q sõ quem me interessa deve saber pois pra q irei contar para todos q sou e ser (mais) excluido. Se os gatinhos sabem q sou é o q interessa!

    Mas se me perguntassem se sou bi falaria numa boa q sim!

    E por ultimo: Eu passo uma situação apertada as vezes: No meio hétero desconfiam da minha "masculinidade" e no meio gay nao acreditam q sou. Teve uma vez q um cara da minha cidade ficou me cantando no msn uns 2 meses e eu nao sabia se ele era msm ou tava me zuando, qnd descobri q ele era gay comecei a dar mais papo e talz. Qnd cheguei em minha cidade e vi ele fui perto conversar e talz. Ele continuou dando em cima de mim aew pensei "ta na minha" e fui pegar. Na hora ele saiu e falou "vc é gay! Achei q nao era!". Isso fora outras vezes q as racha me viram com outro cara e ficaram boquiabertas com o fato de eu ser...

    É isso!

    E gostei muito do post!

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  4. Foi somente ao chegar a Viçosa que me senti corajoso o bastante para revelar minha homossexualidade aos novos amigos que ia fazendo nos primeiros meses de UFV. Um ano antes, porém, eu já havia contado para duas colegas (que depois se tornaram amigas) do cursinho pré-vestibular em minha cidade natal. Após isso, fui me sentindo cada vez mais preparado para contar também a outros amigos de lá, nas primeiras férias da universidade. A reação deles não poderia ter sido melhor: todos me compreenderam e, com isso, nossa amizade até melhorou.

    Agora, em relação aos pais e outros familiares, a coisa se complica. Sinto que o dia da grande revelação está se aproximando, porém só farei isso quando me indagarem diretamente a respeito, como "Você é gay?" ou "Você gosta de mulher?", ou então quando, sendo financeiramente indepedente, eu tomar a decisão morar com meu parceiro.

    Na realidade, as mães sempre acabam por perguntar coisas de modo indireto, para tentar "pescar" algo que confirme suas suspeitas, mas eu sempre consegui me safar dessas ocasiões. Pelo menos é o que eu acho, pois quem é que sabe como elas processam nossas respostas embromatórias?

    Por fim, quero parabenizar a equipe do blo pelo trabalho, que, apesar de ainda estar no início, parece que será muito interessante de acompanhar! Até mais!

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  5. Ainn, gente, que tudo!

    A gente fica super feliz de ver vocês contando as suas histórias! Bacana falar desses desafios, que são enormes, mas que a gente vai encarando mesmo, porque se joga na vida pra ser feliz! hehehe

    Obrigad@ meeesmo!
    Voltem sempre, comentem sempre, e indiquem a gente pra turma toda!

    Abraços da equipe Descubra-se!,

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  6. Gente,

    Super divertida a seleção de "10 músicas para sair do armário" do site Vestiário. Se você gostou desse post do Descubra-se!, empolgou e resolveu sair do armário também, se joga lá!

    http://vestiario.org/as-10-musicas-para-sair-do-armario/

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Se jogue! Comente!